Relatório sobre todos os mercados de seguros CIMA

Exercício de 2008

A – AMBIENTE ECONÔMICO INTERNACIONAL

A turbulência que começou a fazer-se sentir nos mercados financeiros dos EUA no Verão de 2007 (crise do subprime) transformou-se numa crise financeira global no Outono de 2008: os mercados de crédito tornaram-se mais apertados; os mercados bolsistas caíram e uma série de insolvências ameaçou todo o sistema financeiro internacional.

Injeções massivas de liquidez pelos bancos centrais e várias medidas paliativas introduzidas pelos governos inicialmente se mostraram ineficazes para conter a crise, e as tensões nos mercados financeiros foram acentuadas primeiro pelas dificuldades do Bear Stearns e, sobretudo, pelo fracasso do Lehman Brothers em setembro.Neste cenário de excepcional incerteza, o crescimento global da economia mundial caiu de 4,9% em 2007 para 3,9% em 2008.
impulsionado principalmente pelos países em desenvolvimento e emergentes, particularmente China e Índia, que não foram poupados pela desaceleração global e pela inflação. O produto interno bruto (PIB) nas economias emergentes e em desenvolvimento aumentou de 7,8% em 2007 para 6,1% em 2008.
O crescimento chinês desacelerou acentuadamente de 11,4% em 2007 para 9% em 2008, o nível mais baixo em sete (7) anos. Quanto à Índia, após cinco (5) anos consecutivos de crescimento, 2008 marca uma desaceleração com um PIB que passou de 9,35% em 2007 para 7,9% em 2008.

A área do euro também registou uma descida de 2.6% em 2007 para 0.8% em 2008. Vários países entraram em recessão, nomeadamente a Alemanha (1,3% contra 2,5% em 2007), Espanha (1,2% contra 3,8% em 2007), França (0,4% contra 1,9% em 2007), Itália (-1% contra 1,5% em 2007) ou o Reino Unido (0,7% contra 3,1% em 2007).

Os países africanos, também, não foram poupados pela crise. A taxa de crescimento da economia africana aumentou de 7,8% em 2007 para cerca de 6,2% em 2008. O crescimento económico na África Subsaariana também diminuiu em 2008 para
5,5%, contra 6,8% em 2007. Esta deterioração da situação macroeconómica deve-se às forças opostas do aumento dos preços dos alimentos e dos combustíveis que levaram a motins de alimentos em vários países, ao abrandamento do crescimento global e à turbulência financeira global. Enquanto o crescimento diminuiu na África Subsaariana, o crescimento nos países membros da Zona Franca Africana estabilizou em 2008 em 3,9% contra 3,5% em 2007, reflectindo a baixa exposição internacional dos sistemas financeiros locais, a forte melhoria em termos de comércio e boas colheitas alimentares.